GRAVAÇÕES x TRANSMISSÕES RF: QUAL A MELHOR ALTERNATIVA?

 

 

Para se realizar gravações de um determinado áudio ambiente, os gravadores podem ser empregados diretamente para a captação deste áudio, tal qual acontece quando eles são utilizados escondidos sob a roupa ou dissimulado em um determinado ambiente. Uma outra opção para se gravar um áudio ambiente é através do emprego de um transmissor de RF que transmita o sinal para o receptor, estando este conectado a um gravador. Desta forma, seria possível gravar o áudio de um determinado ambiente, por intermédio de um transmissor RF ambiente.

Neste momento uma importante questão se impõe: Para gravar um determinado áudio ambiente, seria mais recomendável o emprego direto de um gravador infiltrado, ou optar por utilizar um transmissor RF, onde o gravador estivesse conectado junto ao respectivo receptor? Em alguns casos é melhor empregar diretamente o gravador, mas em outras situações, o transmissor RF pode ser mais indicado. Senão, vejamos.

De maneira geral, a recomendação é para que a gravação direta seja utilizada sempre que possível em detrimento da transmissão RF. E isto vale tanto para a captação de imagens como para a captação de áudio ambiente. Mas porquê esta recomendação genérica de dar preferência às gravações diretas ao invés de realizar transmissões RF?

Primeiro porquê as transmissões RF estão sempre sujeitas às interferências. Segundo porquê há sempre a possibilidade de queda temporária do sinal ao se passar por um ponto a partir de onde o sinal não pode ser transmitido (como no caso de garagens subterrâneas, túneis, sob viadutos e etc). Em terceiro lugar, destaco que o sinal RF, por mais seguro que seja, está sujeito a uma eventual interceptação da transmissão. Em quarto lugar porquê é muito mais fácil para as equipes e equipamentos de varreduras e contra inteligência detectar uma transmissão RF do quê um gravador. E se o gravador for digital, ao invés de analógico, esta detecção é ainda muito mais difícil.

Como se pode perceber, a transmissão RF apresenta certas vulnerabilidades que as gravações diretas não apresentam. Durante uma operação, o risco de perda do sinal deve sempre ser minimizado. Imagine você uma operação onde foram dedicados meses e mais meses de investigações, uma criativa história de cobertura foi criada e colocada em ação para permitir infiltração junto ao alvo das investigações, e no dia de gravar aquela cena, ou diálogo, que vai ser a prova cabal que irá corroborar toda a operação, o agente de tecnologia faz opção pela utilização de um transmissor RF ao invés de se utilizar diretamente um mini gravador com o agente infiltrado.

Imagine uma hipotética operação policial: a transmissão RF correndo bem, o sinal chegando claro e limpo para a estação receptora onde o sinal será gravado. Só que, de repente, estaciona um caminhão baú entre o agente com o transmissor e a estação de recepção e gravação do sinal. Lembra-se do que já foi dito sobre interferências geradas por estruturas metálicas sobre as transmissões RF?

Pois bem, neste caso teria acontecido que, nos exatos dois últimos minutos de transmissão, enquanto o caminhão baú ficou estacionado, perdeu-se a transmissão do sinal. Justamente as cenas e conversas que interessavam, não foram gravadas, mas perdidas. Meses de ação foram jogadas pelo ralo. Agora para se recriar toda aquela ambientação, serão necessários mais outros tantos meses e uma larga quantidade de recursos.

Talvez com estes argumentos eu possa convencer o leitor mais reticente sobre o porquê da recomendação das gravações diretas sobre as transmissões RF. Contudo, nem sempre a gravação direta é solução a mais adequada. E isto vale principalmente sob duas circunstâncias. A primeira, como já foi dito, é aquela onde há a necessidade de que a equipe de apoio receber informações em tempo real sobre o quê está acontecendo no ambiente com o agente infiltrado. Esta equipe de apoio pode ser o pessoal das Operações Especiais esperando o melhor momento para invadir o local e prender os criminosos. Pode ser ainda naqueles casos onde o agente infiltrado corra algum risco caso seja descoberto suas intenções, e neste caso, a equipe de apoio precisa dar uma resposta rápida e em tempo real, entre outros exemplos.

A segunda situação onde a transmissão RF pode ter preferência sobre a gravação direta, diz respeito às situações onde os gravadores poderiam deixar vestígios sob a roupa ou no ambiente onde pretende-se escondê-lo. Tendo em vista que os transmissores são menores, mais leves e mais facilmente dissimuláveis que os gravadores, em algumas situações pode ser mais recomendável adotar um minúsculo transmissor RF do que um equipamento de gravação, maior e mais pesado.

Como se pode perceber, em certas situações pode ser mais conveniente empregar um transmissor RF do que um gravador. Isto, mesmo considerando-se as vulnerabilidades a que uma transmissão RF está exposta, conforme pode-se perceber nos parágrafos anteriores.