INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE TELEFONIA CELULAR
Como é sabido, em um sistema de telefônica móvel (ou
celular), o sinal utiliza o espaço aéreo como meio condutor. Os transmissores de
RF (rádio freqüência) enviam o sinal e os receptores de RF os recebem (a
combinação dos dois - transmissor e receptor - é conhecida como transceptor). O
sistema celular usa dois transceptores – um para o fornecedor do sistema
(chamado antena de celular ou estação rádio-base,ou simplesmente erb), e
outra para o assinante – o celular, também chamado "móvel". Em essência, o
processo de fazer uma chamada em um sistema celular é o mesmo que fazer uma
ligação no sistema tradicional exceto por um ponto chave – o "móvel" pode
deslocar-se.
O número de freqüências disponível para um
celular é limitado. Enquanto o número de inscritos cresce, freqüências não podem
ser acrescentadas da mesma forma em que o sistema tradicional faz: esticando
fios. Freqüências, neste caso, devem ser reusadas ou o sistema de tráfego será
limitado. Cada chamada requer duas freqüências – uma para falar outra para
ouvir. Isto é conhecido como operação full duplex, onde ambas as partes
na conversação podem falar (e ouvir) simultaneamente. Duas freqüências para
conversação consumirão mais freqüências disponíveis dentro do sistema,
diferentemente do sistema de rádios convencional em que só se fala ou se ouve de
cada vez.
Transmissões de rádio podem se sobrepor,
possibilitando que duas conversações sejam ouvidas ao mesmo tempo. A isto,
chamamos interferência.
Os telefones celulares são identificados de
duas formas:
Número de identificação de celular (MIN) - O
usuário do telefone celular recebe um MIN (o número do telefone). Tal número é
absolutamente pessoal. No Brasil, no sistema convencional, os primeiros números
representam a operadora. O restante do número corresponde à identificação do
usuário. Na telefonia celular, os três primeiros referem-se ao código de área e
com eles já se pode acionar a MTSO (Operadora Central de telefonia móvel).
Número serial eletrônico - Em complemento ao
MIN, o móvel tem designado um número com 11 dígitos conhecidos como número
eletrônico serial. O ESN, quando usado em combinação com o MIN, serve para
validar que o usuário pode legitimamente ter acesso ao sistema. O ESN também
contém informações a respeito da fábrica da unidade de telefone. Se a combinação
transmitida de MIN-ESN não for a legítima para o sistema celular, o serviço
então será negado. Tentativa para acessar ilegalmente serviços são feitos usando
combinações de MIN`s e ESN`s. Uma operadora mantém um banco de dados de
combinações válidas MIN-ESN para os seus usuários. Quando um usuário está
viajando fora de sua área de cobertura, será dito que ele está em Roaming.
Quando um usuário fora de sua base tenta acessar ao sistema, um banco de dados
nacional com combinações MIN`s e ESN`s é checado. Informações a respeito do
nível de sinal do usuário é também verificado.
O serviço de telefonia celular pode ser
"roubado" por alguém usando ilegalmente um telefone móvel modificado com um
legítimo número de telefone móvel, no caso, roubado. A isto se chama clone. A
imagem adiante mostra um kit para clonagem de telefone celular analógico.
A rede celular é construída para permitir que
o possuidor de um telefone viaje para qualquer lugar que tenha um serviço
compatível com o seu padrão. Muitas dificuldades são encontradas em um sistema
de telefone celular que não são encontradas em linha normal de telefonia, onde
não há possibilidade de movimentação. Isto inclui como identificar um possuidor
de telefone celular, como localizá-lo, como proteger usuários e companhias
operadoras de acesso ilegal às linhas, como fazer uso eficiente das freqüências
disponíveis, fornecendo um nível de serviços de bom nível e como saber com
antecedência as futuras demandas para o serviço.
SISTEMAS ANALÓGICOS (CADA VEZ MENOS USADOS)
AMPS - Sistema celular americano;
TACS - Sistema Europeu total de acesso;
NAMPS - Sistema "AMPS estreito" – uma
subdivisão do AMPS com canal estreito;
EAMPS - O AMPS tem sido ampliado num sistema
que é denominado "AMPS estendido" (EAMPS)
ETACS - O TACS, igualmente, tem sido ampliado
num sistema que é denominado "TACS estendido" (ETACS).
SISTEMAS DIGITAIS
TDMA - Sistema de Acesso de Múltipla Divisão
de Tempo (TDMA) com modo dual ou sistema de encriptação digital - O sistema GSM;
CDMA - Sistema de acesso de Múltipla Divisão
de Código (CDMA).
GSM – Existe uma explícita tendência de
migração, no Brasil, para este sistema, que incorpora uma série de vantagens de
ordem técnica e de segurança.
Tanto o TDMA, o CDMA e o GSM são códigos
digitais designados para aumentar a eficiência dos canais disponíveis,
multiplicando o número existente de canais dentro da mesma banda de freqüência.
Ao operar com múltiplas mensagens em diferentes intervalos de tempo, interpostos
no mesmo canal de dados, o sistema TDMA, na verdade, aumenta o número de canais.
Já o CDMA envia sinais redundantes em diferentes freqüências, de tal forma que
se alguma parte da mensagem perder-se na transmissão, isto poderá ser
reconstruído pela análise de cópias remanescentes.
Estas formas digitais de informação de sinal
codificado são fornecidas por diferentes grupos de fabricantes, fornecedores e
agências prestadoras, representando competição nos padrões de comunicações. O
problema é que estes sistemas não são compatíveis em um mesmo equipamento, e,
assim, um equipamento de um sistema (TDNA, CDNA e GSM) não compreende o outro.
Uma analogia neste caso, embora pobre, poderia dizer que a diferença é
semelhante à freqüência de rádio AM e FM.
TEORIA DE FUNCIOANMENTO DA TELEFONIA MÓVEL
Para se entender o funcionamento da telefonia
celular é preciso entender primeiro como funciona a telefonia fixa e como elas
diferem-se entre si. Apresentamos um resumo de como opera o sistema telefônico
celular:
O sistema celular tem três componentes
principais:
-
uma ou mais empresas de
telefonia (operadoras);
-
muitas estações rádio-bases
(células ou antenas);
-
muitos telefones celulares
(móveis ou fixos) que acessam ao sistema.
Os telefones celulares e as antenas
comunicam-se entre si, utilizando-se de rádio freqüência. As rádios freqüências
transmitidas da antena para os celulares são separadas por um canal de 45 Mhz
das transmitidas dos celulares para a antena.
Cada antena tem um par de freqüência (canal)
dedicado à transmissão de sinais de controle de mensagens originadas e recebidas
dos celulares que estão operando na sua freqüência. Pares de freqüência
adicionais (canais) são localizados em cada antena para operar as comunicações
de voz entre os telefones celulares e as chamadas que são recebidas.
Os sistemas celulares, através de todo o
mundo, estão licenciados e estabelecidos de forma que permita ao consumidor
escolher sua operadora através da competição de mercado.
Desta forma, a banda (espectro) do celular
autorizada é dividida em dois grupos exclusivos. Estes grupos de canais são
referidos como Banda A, Banda B e Banda C. Cada uma destas bandas é atendida por
uma diferente rede de antenas e operadas também por diferentes empresas
operadoras de telefonia móvel. Estas empresas, competidoras entre si,
algumas vezes suplementam coberturas fixas da área geográfica considerada.
Um usuário poderá contratar os serviços, de
qualquer banda, dentro de determinada área de cobertura.
Quando a unidade móvel é ligada, ela
escaneará, numa predeterminada área de celular, os "canais de controle"
procurando pelo sinal mais forte. Ela se fixará neste sinal e o usará para
estabelecer toda a atividade subsequente.
Para toda a atividade de chamada que chega ou
sai, este canal de controle conduzirá o móvel originando a chamada que
resintonize e utilize um dos canais de controle disponíveis dentro da mesma ou
da antena mais próxima.
Cada sistema fornece uma rede de antenas para
cobrir a sua área de serviço. Quando um celular tenta acessar um sistema, ele
escaneará e selecionará o canal de controle mais forte disponível em resposta a
uma chamada recebida ou para atender uma solicitação para uma chamada
originária.
TEORIA DE FUNCIOANMENTO DA TELEFONIA FIXA
As linhas de telefone tradicionais (telefonia
fixa) conectam-se com a rede de telefonia, através de um par de fios, que são
conectados fisicamente à Central Telefônica (CT). A central telefônica é que
possui o primeiro chaveamento na rede e desenvolve diversas funções, a saber:
-
aplica uma voltagem constante
na rede;
-
reconhece quando um telefone
acessa a rede (quando o fone estiver fora do gancho) completando o circuito;
-
após injetar a corrente, a CT
fornece um sinal de áudio na linha, que é o tom de discar;
-
determina qual número de
telefone está associado com aquela chamada particular para efeito de taxação;
-
determina (por meio do número
discado) qual CT é necessária para rotear a chamada a fim de completar a chamada
(alguns números que são parte do número discado são associados a uma determinada
CT);
-
assinala a CT interessada para
fazer a conexão e enviar o sinal de campainha para ativar a campainha do
telefone chamado. (Quem chama também ouve o telefone tocar do outro lado da
linha);
-
retorna o sinal de áudio para
a parte chamada (retorno de campainha) informando à parte que originou a chamada
que está sendo processada a sua chamada;
-
quando a parte que originou a
chamada responde usando a linha, a CT desliga o sinal de chamada e conecta o
áudio da parte receptora na linha.
-
a CT removerá o retorno do
sinal da campainha para a parte originadora e a conversação começará.
Por causa da natureza do sistema, ele poderá
facilmente determinar quem está chamando, quem está sendo chamado e onde ambos
são localizados. No Brasil, a identificação se chama BINA.
DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE A TELEFONIA MÓVEL E FIXA
Os telefones celulares são móveis. Eles podem
estar em qualquer lugar. Como o sistema reconhece onde deve procurar quando uma
ligação é estabelecida?
O paging é um processo de determinação
de disponibilidade de um móvel para receber uma comunicação que está chegando.
Uma função complementar de uma unidade móvel que está iniciando uma chamada é
chamada de acesso ou originador de chamada.
Este processo envolve três passos:
-
informa o sistema sobre a
presença do móvel;
-
supre o sistema com a
identificação do móvel e (se aceito o acesso) e com os números digitados do
número que está sendo chamado;
-
espera a designação de um
canal disponível.
A força do sinal entre o móvel e a célula é
parcialmente dependente da distância entre o telefone e a antena. Assim saber
onde o telefone está em relação à antena é muito importante.
Quando um móvel inicia uma chamada, o móvel
localiza a antena apropriada escaneando todos os canais de controle que o podem
receber, selecionando uma com o sinal mais forte.
Depois que o contato foi estabelecido, o
móvel pode se mover para uma área com um sinal reduzido, quando, então, será
necessário transferir a chamada para uma célula de sinal mais forte. Este
processo é chamado Handoff e é a grande diferença entre um sistema
tradicional de telefonia e uma telefonia celular.
Se uma handoff é necessária, o sistema
deve determinar qual célula deverá receber a chamada por transferência. Para
fazer isto, o sistema deve saber onde o móvel está em relação à célula dita
candidata. Isto é feito pela medida da potência do sinal e, num segundo momento,
medindo o atraso relativo do sinal de controle (chamado de supervisão do tom de
áudio ou SAT). O sistema realiza este cheque de localização em intervalos
regulares (normalmente 5 segundos).
O handoff é realizado pela MTSO
(centro de operação de telefonia celular) que seleciona o canal de voz na antena
escolhida e sinaliza para o móvel para mudar para aquele canal. Isto feito,
então, fecha o canal anterior.