FICÇÃO x REALIDADE: FATOS E RUMORES DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA – PARTE II

 

A tecnologia mais sofisticada de que se tem notícia com emprego em atividades de interceptação de comunicações, chama-se Echelon. O Echelon é um sistema automático de interceptação de comunicações por cabos, satélites e RF, com capacidade para interceptar, segundo dizem, até 3 bilhões (!!!) de comunicações por dia. Trata-se de um consórcio mantido pelos principais países da comunidade de língua inglesa: Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia. Neste países encontram-se instaladas grandes antenas e seus periféricos que são utilizados nestas interceptações. Neste sistema, computadores ultra rápidos são controlados por operadores humanos que têm domínio em cada um dos idiomas oficiais falados no planeta. A interceptação pode se dar de dois modos. O primeiro é através da entrada no sistema dos dados do alvo da interceptação, como por exemplo o endereço do correio eletrônico do chefe de governo do Zimbábue, o número do telefone celular utilizado pelo presidente chinês, ou o número do telefone do gabinete de um influente senador de algum país europeu. O segundo modo de interceptação é aleatório, onde o sistema fica varrendo as comunicações em curso à procura de palavras chaves, como detonador, atentado, segurança, Arafat, Bin Laden e etc. Os computadores interceptam as comunicações (as eletrônicas apenas, ou seja, quase todas) a procura das palavras chaves pré definidas. Uma vez que elas são encontradas, as mensagens são descartadas caso não tragam nenhum conteúdo relevante, ou enviadas para um nível superior de avaliação, a fim de se verificar o possível nível de interesse que pode haver no conteúdo desta mensagem. Enquanto a mensagem interceptada não for descartada pelo sistema, e assim, sucessivamente subindo de nível, chegará, num determinado ponto onde a mensagem será encaminhada a um operador humano.

Como se pode deduzir, o Echelon foi criado por motivos de segurança nacional dos países citados no parágrafo anterior. Contudo, ele tem sido empregado à serviço de interesses econômicos e comerciais das grandes corporações privadas estabelecidas nestes países. A partir de denúncias que revelavam a existência deste incrível sistema de espionagem, o assunto foi amplamente debatido no Parlamento Europeu. Esta intensa discussão culminou com a contratação do repórter inglês, Duncan Campbell, para investigar o Echelon a serviço do Parlamento Europeu.

                       
                                  Antenas com proteção esférica de uma das bases do sistema Echelon

 

No Brasil, a exemplo do que já havia acontecido na Europa, o então Senador pelo Estado de Minas Gerais, Hélio Costa, revelou no início da década de 2000, uma série de denúncias envolvendo o Sistema SIVAN (Sistema de Vigilância da Amazônia) e o Echelon. Estas suspeitas do Senado Hélio Costa culminaram com a convocação para depor do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional e diretor da ABIN, General Cardoso (primo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso). Esta convocação tinha como objetivo a obtenção de resposta para algumas dúvidas dos parlamentares sobre a relação existente entre o Sistema Echelon e o SIVAM. A bilionária concorrência internacional do Sistema SIVAN, promovida pelo governo brasileiro, culminou com a contratação da empresa Americana Raytheon, em detrimento da francesa Thomson. O General Cardoso teve que dar explicações, no Senado, sobre dois pontos distintos. O primeiro envolvia denúncias que relacionavam a utilização do Echelon para interceptar conversas entre executivos da Thomson, que havia perdido a concorrência para a Raytheon, com membros do governo brasileiro. O segundo aspecto que deveria ser esclarecido envolvia a suspeita de que a instalação do Sistema SIVAN pudesse funcionar, sem o consentimento do governo brasileiro, como uma base de interceptação do Echelon na América do Sul. Ao que consta, o assunto teve alguns desdobramentos mas foi dado como encerrado sem maiores repercussões. Assista ao vídeo do Echelon.

Aumentando a tempestade cerebral, veja esta agora. Sabe-se que a alteração na quantidade de íons (partículas carregadas) encontrados na atmosfera apresenta um poder perturbador sobre os seres humanos. Quando a atmosfera reúne uma grande quantidade de íons positivos, as pessoas sentem-se nervosas e irritadiças. Os íons negativos, por sua vez, parecem ser benéficos aos seres humanos. De qualquer forma, alguém poderia ter a idéia de criar um dispositivo eletrônico para ionização ambiente a partir, por exemplo, da concentração eletromagnética dos íons positivos. Sua utilização poderia servir aos mais variados propósitos maquiavélicos, como a manutenção de ambientes tensos durante reuniões, sabotagens em ambientes corporativos e etc.

O Pentotal e outras drogas do tipo Soro da Verdade já têm sido utilizados há várias décadas. Isto não é nenhuma novidade. Entretanto, pode ser novidade para alguns que a aplicação conjunta de técnicas de hipnose, drogas especializadas e a indução de dor física e sofrimento psicológico poderia levar determinadas pessoas a praticarem atos contrários a sua vontade consciente ou o seu instinto de conservação. Uma aplicação destas técnicas seria, por exemplo, no envio de mensagens durante guerras. Neste caso, o estado maior poderia submeter ao tratamento um oficial e dizer-lhe uma mensagem, ou uma nova instrução. Seriam dadas a eles instruções hipnóticas para que somente se lembrasse da mensagem quando uma pessoa autorizada voltasse a hipnotizá-lo, utilizando palavras chaves, de tal maneira que os inimigos não poderiam nunca induzi-lo a revelar o conteúdo desta mensagem.

A narco-hipnose já estaria sendo utilizada ao fim da Segunda Guerra Mundial, com pode-se verificar em um documento enviado, em 1949, por uma tal Rand Corporation ao Governo Americano. Este documento relatava sobre a possibilidade de que países comunistas utilizassem técnicas hipnóticas para obter declarações de culpabilidade em certos processos públicos. O informe dizia ainda que a técnica mais eficiente consistia em injetar no sujeito alvo, uma mistura de certas drogas que provocavam um estado de sonolência hipnótica. A partir deste ponto ele ficava vulnerável frente à sugestões que poderiam conduzir à um transe ainda mais profundo. Em 1950, L. Ron Hubbard, um oficial da Marinha Americana, revelou que certos serviços de inteligência utilizavam uma técnica para programar hipnóticamente um indivíduo, depois de drogá-lo e infligir-lhe dano. Ainda segundo Hubbard, esta técnica permitiria até mesmo apagar de suas memórias determinados fatos de sua vida.

Cientistas suíços da Universidade de Zurique publicaram na revista Nature, em meados de 2005, uma curiosa nova aplicação para uma substância conhecida como oxitocina. Esta substância é um composto que normalmente age no organismo de mamíferos como um hormônio envolvido no processo reprodutivo e um regulador da atividade cerebral. É sabido que os efeitos da oxitocina em animais está ligada à criação de elos sociais. A curiosidade sobre esta substância que foi publicada na Nature refere-se à participação que ela demonstrou ter sobre o aumento do nível de confiança que ela inspira em quem a consome frente a qualquer outra pessoa. Os resultados do estudo impressionam pelas suas implicações. Ficou a questão: “poderia a oxitocina ser uma substância que permitiria a manipulação da confiança alheia?”. Segundo Markus Heinrichs, psicólogo clínico e um dos autores do estudo, a resposta é “não”, pois “a oxitocina não pode ser administrada oralmente ou via ar-condicionado”. Mas nada impede que avanços sejam feitos a partir dos resultados já obtidos até agora por outras organizações que tenham seus próprios interesses. E como bem disse o neurocientista português, António Damásio, da Universidade de Iowa, que assinou um comentário na mesma edição da revista, obre o uso manipulativo desse novo conhecimento “talvez (a hipótese de uso manipulativo) esteja perto demais da realidade para ser confortável”. Mas, conforta-nos: “Na verdade, esse estudo é um mero começo, e (a oxitocina) pode funcionar apenas em certas condições.

Esta agora vai deixar você desconfiado quando ligar o rádio ou a TV. Como se sabe, existe uma grande quantidade de equipamentos orbitando nosso planeta. Talvez seja possível que alguém, sem autorização possa, eventualmente, utilizar temporariamente uma faixa de frequência em algum satélite mais vulnerável, geralmente aqueles de uso comercial. E desta forma inserir suas próprias mensagens disfarçadas em estática ou interferência no meio do tráfego normal das comunicações originais. Naturalmente que, algumas organizações e nações possuem seus próprios satélites. Talvez ainda, um satélite ou outro que falhou na sua missão, esteja disponível para os piratas com conhecimentos e recurso suficientes para adotá-los.

Avistamentos de objetos voadores não identificados (OVNIs) estão se tornando cada vez mais frequentes por todo o mundo. Não vamos entrar no mérito sobre a origem extraterrestre ou terrena destes equipamentos. Mas é perfeitamente possível que muitas vezes, experimentos militares secretos tenham sido visualizados e confundidos com OVNIs. Vários programas de televisão já mostraram vídeos de equipamentos construídos por mãos humanas que seriam perfeitamente confundidos com OVNIs. Tratam-se de equipamentos com capacidade de decolagem vertical, sem hélices. E isto já é uma realidade. Com o adventos das últimas guerras promovidas pelos Estados Unidos, vemos com frequência pela TV, imagens de aviões pousando e decolado verticalmente nos porta aviões. Coloque uma forma esquisita nesta aeronave e ela seria facilmente confundida. Provavelmente estas formas novas que têm sido empregadas nas aeronaves militares experimentais tenham o objetivo de estudar formas de diminuir o atrito aerodinâmico ou sejam apenas tentativas de desenvolver formas que não reflitam as ondas dos radares mais sofisticados.

Não se esqueça que a capacidade humana parece não ter limites. Poderíamos encher um livro só com as maravilhas inventadas, descobertas, aperfeiçoadas ou desenvolvidas pelo homem. Portanto, manter-se informado sobre as novidades lançadas pelo mercado de tecnologias é uma dever de quem atua na área de investigações, inteligência e contra inteligência.

 

TENDÊNCIAS DO MERCADO DE TECNOLOGIAS

Alguém disse, em meados do século passado, que não havia mais nada para ser inventado. Como se pode perceber, ele estava errado. E bota errado nisto. Verificamos que o homem, inquieto que é, está sempre descobrindo coisas ou inventando novas utilidades para velhas descobertas, mas enfim, sempre evoluindo os conhecimentos, e por extensão, as tecnologias.

Hoje em dia percebemos que há uma clara tendência no sentido de se promover uma conversão de tecnologias. Os antigos formatos analógicos impossibilitavam que equipamentos variados como máquinas fotográficas, aparelhos celulares, gravadores de áudio, gravadores e mini gravadores de imagens, rádio comunicadores entre outros, comunicassem entre si.

Hoje em dia, com o advento da digitalização, percebemos um deliberado esforço das empresas fabricantes de tecnologias no sentido de convergi-las. Um exemplo perfeito são os inúmeros aparelhos de telefones celulares com máquinas fotográficas embutidas. Outros exemplos que ilustram bem esta atual esforço de convergência, são as máquinas fotográficas com filmadoras, celulares com palmtops (computadores de mão), binóculos com câmeras fotográficas, mini gravadores de áudio e vídeo (evolução dos mini vídeo cassetes) com reprodução de MP3 e gravação de áudio. Como você deve ter percebido, são todos equipamentos que incorporam tecnologia digital. Sem o advento da digitalização, a convergência não seria possível.

Outra tendência, ainda mais natural, é a da miniaturização. Para nós, que atuamos neste segmento de investigações, inteligência e contra inteligência, vemos aqui a possibilidade de termos disfarces cada vez sofisticados, uma vez que as tecnologias para uso nas nossas atividades estão cada vez menores. Para ilustrar esta tendência de miniaturização vejamos o caso das micro câmeras dissimuladas. Até a virada do ano 1999/2000 ninguém ousava imaginar a hipóteses de se ter uma micro câmera dissimulada em botão de camisa ou parafuso. As próprias câmeras eram maiores que estes disfarces. Hoje em dia, qualquer fornecedor de equipamentos da nossa área possui a sua versão de micro câmera dissimulada nestes disfarces (que continuam sendo maiores que os disfarces, embora as diferenças de dimensões sejam mais sutis).

Considerando-se estas duas claras tendências do mercado, a da convergência e a da miniaturização, talvez tenhamos, nos próximos 5-10 anos (ou talvez mais dependendo dos avanços da robótica) grandes insetos (baratas, grilos, gafanhotos) ou pequenos animais (lagartixas e cobras, por exemplo) com transmissores de áudio e/ou vídeo, ou ainda gravadores de vídeo e/ou imagens ou mesmo para a produção de fotografias. A tecnologia para a produção do controle remoto que guiaria os caminhos deste inseto ou pequeno animal já existe. Poderia ser a mesma incorporada nos dispositivos controladores dos aeromodelos. A diferença seria a incorporação de um mini monitor de vídeo e/ou alto falantes para que o operador pudesse identificar os obstáculos localizados à frente do dispositivo espião e também para a recepção em tempo real do sinal transmitido. O desenvolvimento desta tecnologia esbarra justamente na produção do dispositivo espião, inseto ou pequeno animal, que demandaria um avanço na miniaturização dos seus componentes um pouco além daquele atualmente verificado.

Ainda a partir destas duas tendências, convergência e miniaturização, muitos outros dispositivos poderiam ser criados, aperfeiçoados ou desenvolvidos. Basta utilizar um pouco a sua imaginação para tentar deduzi-los.

Uma tendência de obsolescência é verificada junto aos equipamentos analógicos. Hoje em dia, poucos equipamentos analógicos permanecem no mercado. Disco de vinil é literalmente peça de museu, tendo sido plenamente substituído, pelo CD em todo o mundo. O celular analógico foi substituído há muito pelo digital, salvo raras exceções. O vídeo cassete tem sido preterido em função do DVD. Os fotógrafos amadores têm, cada vez mais, optado pelos modelos de máquinas fotográficas digitais. Os mini vídeo cassetes estão sendo substituídos pelos mini gravadores digitais de áudio e vídeo. A cada dia surgem mais opções de modelos de gravadores digitais de áudio e menos de gravadores analógicos. Como se pode perceber, é uma questão de tempo a completa substituição das tecnologias analógicas pelas digitais.

Esta tendência de obsolescência das tecnologias analógicas se deve a vários fatores, muito embora o preço comparado seja mais ou menos igual, e talvez como uma leve tendência do digital ser mais caro. A tecnologia digital é de fato superior. Primeiro porque ela permite a convergência de tecnologias. Seria até engraçado imaginar a convergência de uma celular analógico com uma máquina fotográfica analógica (de filmes): seria um equipamento imenso, com aspecto físico estranho, pesado, e pouco prático. Outro motivo da superioridade dos similares digitais é justamente em função desta convergência, que traz na esteira uma série de características e funções embutidas impossíveis de serem encontradas nos similares analógicos.

Outra tendência verificada junto às empresas fabricantes de tecnologias, também óbvia, é a do contínuo desenvolvimento. Por este motivo, sempre surgirão novos equipamentos e novas aplicações para antigos dispositivos. Por isto, fique atento aos movimentos do mercado para você não comprar um produto que até ontem era top de linha, mas hoje já está ultrapassado.

Uma verificação clara desta contínua evolução pode ser verificada na disputa tecnológica que envolve aviões e os radares para sua detecção. Por volta da Primeira Guerra Mundial, surgia o avião como uma grande máquina de guerra. Na segunda guerra já tínhamos os radares que permitiam sua identificação. Em algum ponto entre o início da década de 50 e o fim dos anos 80 foram desenvolvidas aeronaves invisíveis aos radares. Fato público e notório é a existência de radares que identificam a presença de aviões-a-prova-de-radares. Seguramente a indústria bélica já possui uma nova geração de aeronaves, revestidas com materiais especiais, constituindo-se assim de aviões-a-prova-de-radares-que-identificam-aviões. E não tenho a menor dúvida de que alguma nação belicosa já tenha desenvolvido o seu radar-que-identifica-aviões-a-prova-de-radares-que-identificam-aviões. Onde diabos terá sido o último desenvolvimento, nos radares ou nos aviões?

Que este dramático exemplo sirva de argumento para convencê-lo a pesquisar continuamente. Converse com seus colegas de trabalho sobre o desempenho de equipamentos, participe das feiras e leia bastante, principalmente jornais e revistas. Agindo assim, você ficará em sintonia com as novidades e as tendências do mercado.