ENCRIPTOGRAFIA DE MENSAGENS ESCRITAS
A necessidade de se garantir descrição e
sigilo nas comunicações é uma constante na área de inteligência e da
contra-inteligência. Quando esta comunicação se dá pela fala, uma simples
sequência de senha e contra senha pode ser suficiente para garantir a
identificação mútua das partes sem expor o conteúdo da mensagem acidentalmente.
Muitas vezes os profissionais destas áreas
deparam-se com a necessidade de comunicarem-se de maneira segura, sem que
terceiros consigam eventualmente entender o conteúdo da mensagem. Se a mensagem
é falada e se dá em um local calmo, pode-se simplesmente falar baixo para que
ninguém além do destinatário da mensagem consiga escutá-la. Mas por telefone,
falar baixo não ajuda a garantir o sigilo da conversa.
O escrambler, ou embaralhador de sinais, é um
equipamento chave para quem quer preservar o sigilo nas comunicações à
distância. Aparelhos de telefones fixos, telefones celulares, aparelhos de fax,
rádios comunicadores, informações na internet ou simples mensagens faladas são,
tecnicamente, passíveis de serem encriptografadas. Esta encriptografia, por sua
vez, pode se dar de maneira manual ou eletrônica.
Os escramblers possuem códigos de
embaralhento de milhões de vezes por segundo (embaralhamento eletrônico),
fazendo com que seja praticamente impossível interceptar estes sinais. Quanto
mais avançada a unidade de scrambleamento, maior será o nível de segurança
gerado em função da quantidade de vezes por segundo que o sinal é embaralhado.
Nos equipamentos mais sofisticados de escrambleamento telefônico, estima-se que,
utilizando sofisticados computadores e programas, sejam necessários mais de dez
anos para quebrar o código em um trecho de apenas cinco segundos de
conversações.
Para mensagens escritas, existem muitos
códigos de embaralhamento manual. Alguns mais simples, outros mais sofisticados.
O nível de segurança da encriptografia irá depender, entre outras coisas, de
"contra quem deseja-se protegê-la". Códigos de encriptografia mais sofisticados,
como os escramblers, são administrados por chips eletrônicos, uma vez que é
humanamente impossível travar uma conversação em tempo real com um sistema de
encriptografia tão sofisticado sem lançar mão das facilidades proporcionadas
pelos chips.
Mensagens escritas, que podem exigir um nível
menor de proteção (isto quando não se emprega algum programa específico para
esta finalidade), terão sua eficiência medida pela imaginação do seu inventor.
Um exemplo prático de um sistema simples de encriptografia poderia ser escrever
uma palavra usando duas letras "acima" dos caracteres originais de cada palavra.
Com este código de encriptografia, a palavra coqt poderia significar
amor. Outro código de embaralhamento humanamente, possível de ser
administrado seria, por exemplo, substituir as letras de uma palavra por números
cardinais conforme a sequência do alfabeto em uso. Neste modo, o código
01131518 seria equivalente do idioma português à palavra amor. Onde
cada seqüência de dois dígitos representa uma letra.
Algumas pessoas mais exigentes poderiam
querer usar um sistema variável de encriptografia. Este sistema não teria uma
sequência contínua de embaralhamento, de maneira a dificultar ainda mais o
trabalho de decifrá-lo caso a mensagem caísse em mãos erradas. Ao se identificar
o código cqqv como sendo o equivalente à palavra amor, poderíamos
deduzir que o código de encriptografia é: caracter+2, caracter+4, caracter+2,
caracter+4. Da mesma forma, poderiam ser empregados códigos de encriptografia
mais sofisticados, como caracter+05, caracter+15, caracter+20, caracter+25,
caracter+30, com a seqüência se repetindo ao fim do caracter+30.
E para quebrar-se o código encriptográfico, o
espião teria de experimentar diferentes códigos até se chegar ao código correto
de encriptografia. Para este serviço ele poderia usar seus próprios neurônios (o
que levaria tempo – se é que ele chegasse a descobrir), ou usar alguns programas
geradores de códigos aleatórios para se traduzir a mensagem. Se o código tiver
sido criado de maneira doméstica, este software seguramente o faria em poucos
segundos. Mas se tal código fosse gerado à partir de poderosos chips, poderia
levar até alguns meses, ou sequer vir a ser quebrado. O princípio de
encriptografia manual citado acima para as mensagens escritas, é um exemplo
pobre de como os poderosos chips de encriptografia trabalham. Estes
chips trabalham com códigos muito mais completos, sendo que alguns modelos
podem superar alguns bilhões de códigos disponíveis.