DICAS ÚTEIS DE CONTRA INTELIGÊNCIA
A fim de ampliar o nível de segurança das informações que
circulam dentro de um ambiente sensível, uma série de medidas devem ser
adotadas. E é justamente a sobreposição de técnicas, tecnologias e procedimentos
é que irá garantir um incremente no nível de segurança dentro de um determinado
ambiente corporativo.
Logo, além de (1) realizar varreduras freqüentes, (2)
instalar equipamentos de contra inteligência (escrambler para telefones, anti
grampos telefônicos, emissores de sinais brancos, etc), (3) implantar
medidas preventivas (controle de acesso, levantamento de informações sobre
candidatos a funcionários, palestras de conscientização e etc), e (4) executar
projetos de segurança eletrônica (instalação de câmeras, alarmes e etc.),
sugerimos a adoção de algumas outras pequenas recomendações e dicas que podem
revelar-se de extrema utilidade:
1. É importante que alguém de confiança acompanhe reformas
físicas no prédio bem como as manutenções de redes, principalmente em se
tratando de computadores, ou central de telefones;
2. Programas e arquivos sigilosos devem ter
acesso controlado por senhas ou outros métodos;
3. Assuntos sigilosos devem ser tratados
pessoalmente. Evite o uso do correio eletrônico ou telefone para estas
finalidades;
4. A tecnologia da contra inteligência é
cara, mas indispensável, bem como uma equipe bem treinada e de confiança;
5. Acredite sempre na possibilidade de você
(ou sua corporação) se confrontar com um espião mais experiente que você ou sua
equipe;
6. Ao conversar assuntos sigilosos
pessoalmente, considere sempre as possíveis vulnerabilidades do ambiente ou as
intenções do seu interlocutor. Cheque também se o seu telefone celular não foi
ligado acidentalmente;
7. Peça identificação aos profissionais que
trabalham nos postes próximos da sua residência ou local de serviço. Alguns
espiões conseguem identificar-se a si próprios e seus veículos como sendo, por
exemplo, da companhia telefônica. Por isto, sempre confirme a identificação com
a companhia que o suspeito diz trabalhar;
8. Desenvolva programas de conscientização de
funcionários para não saírem falando para os amigos tudo o que sabem sobre a
empresa. Alguns espiões podem aproximar-se de empregados descuidados;
9. Verifique constantemente janelas, portas,
quadros de chaves, trancas, quadros de DGs (telefones) e etc;
10. Procure por possíveis sinais de invasão
durante a sua ausência. Uma caneta fora de posição na mesa pode ser sinal de que
alguém este revirando-a na sua ausência;
11. Simule vazamentos de informações de
maneira controlada. De acordo com as notícias que vierem à tona, você saberá
quem são as pessoas em que pode confiar;
12. Escuta em ramais de centrais telefônicas
eletrônicas é de difícil interceptação a partir da central do usuário para fora,
porém é conveniente lembrar que a linha do interlocutor externo pode ser
escutada e / ou gravada;
13. Os telefones com linhas diretas
(analógicas) possibilitam fácil identificação de seus pares de fios
correspondentes, logo, podem ser "grampeados" no ambiente que estiverem
instalados, nas caixas distribuidoras dentro do prédio do usuário, na central
telefônica do edifício (central do usuário), armários externos ou na empresa
telefônica local (concessionária). Portanto, o seu privilégio em usar linhas
diretas facilita o trabalho de quem deseja interceptar suas ligações;
14. Nas linhas telefônicas fixas digitais
(alguns sistemas de PABX), apesar das dificuldades técnicas de interceptação no
percurso entre o usuário final e a central do usuário (interlocutor ao
telefone), ainda assim, é de relativa facilidade a implementação de aparelho de
escuta dentro do próprio aparelho telefônico digital, se ele é de fácil acesso e
manuseio por outros;
15. Apesar do usuário final, eventualmente
possuir em sua sala somente aparelhos digitais em suas linhas diretas, é comum
que o link entre a central do usuário e central da concessionária seja "não
digital", o que o coloca praticamente na condição descrita no item anterior,
evidenciando assim a vulnerabilidade das linhas diretas digitais ou não, já que
muitas vezes a interceptação ocorre entre a central do usuário e a central da
concessionária local;
16. O uso do telefone celular deve ser apenas
para assuntos de domínio público. A telefonia celular opera via radiotransmissão
entre o aparelho celular e a torre da concessionária sendo possível interceptar
seus sinais por meio de receptores de varredura como os scanners (não se esqueça
que mesmo um aparelho celular "digital" pode temporariamente funcionar no modo
"analógico");
17. O mesmo fundamento utilizado no item
anterior, vale para o caso dos telefones sem fios, variando-se aqui apenas o
fato de que a radio transmissão ocorre entre o monofone (parte do aparelho que o
usuário utiliza para falar) e a base do aparelho;
18. Existem grampos que se utilizam de
sofisticações tecnológicas e são implementados de tal forma que a sua detecção
por meios eletrônicos se torna quase impraticável;
19. Os meios reprográficos associados à
negligência no manuseio de documentos são meios de vazamento de informações,
freqüentemente confundidos com escuta telefônica;
20. Lembre-se que seu interlocutor ao
telefone pode estar gravando o diálogo, telefones com secretárias eletrônicas
possuem geralmente esse recurso disponível;
21. Papel carbono utilizado e não destruído é
fonte de informação, assim como minutas de documentos e sobras de testes
mecanográficos;
22. Após o expediente, deve-se guardar
documentos em locais que possam ser trancados com chaves ou cadeados. Isto
também vale para os documentos em sua bolsa;
23. Máquinas fotográficas, em fração de
segundos, registram documentos deixados de forma descuidada sobre as mesas,
assim como câmeras de vídeo;
24. A escuta ambiental pode ser implementada
através de fonocaptadores ligados a gravadores ou a transmissores que modulam o
sinal para que o mesmo seja transmitido via radiofreqüência para posterior
recepção/ demodulação em outro ponto, ou mesmo modulado em baixa freqüência e
enviado via rede elétrica local para que em outro ponto desta rede seja
recepcionado/demodulado;
25. Habitue-se a exigir credenciais das
pessoas antes de terem acesso à sua empresa ou residência;
26. Almoços executivos, onde assuntos são
tratados e discutidos, podem funcionar como pontos vulneráveis para vazamento de
informações; são oportunidades que podem ser usadas por jornalistas ou outras
pessoas interessadas na informação;
27. O uso de máquinas fragmentadoras
(picotadoras de papéis) em escritórios / gabinetes é fator de segurança contra
vazamento de informações;
28. Pessoas que apresentam vulnerabilidade no
caráter (jogadores inveterados, tomadores de empréstimos compulsivos,
alcoólicos, viciados em drogas, etc), podem ser compelidos a se tornarem
"informantes";
29. Evite ser metódico com relação a pontos
de encontros. A escuta ambiental geralmente é planejada em função de hábitos e
preferência do alvo (pessoa sob vigilância), que são "mapeados" previamente;
30. Mesmo no recinto do lar pode haver
informantes. Sempre que possível deixe para o ambiente de trabalho os assuntos a
ele relacionados;
31. Ambientes utilizados para reuniões e
tomadas de decisões devem ser vistoriados previamente e freqüentemente;
32. Quando existirem fortes indicativos de
que determinada linha telefônica esteja sob vigilância, é recomendável o uso de
scrambler (misturadores de vozes) entre os dois pontos mais críticos
relacionados ao tráfego de informações, ou ainda o uso de bloqueadores de
grampos. Dê preferência aos equipamentos de contra inteligência de uma linha
profissional;
33. Dentro das possibilidades, as cápsulas
telefônicas e tomadas de paredes devem ser marcadas e, sempre que possível,
submetidas a verificações inopinadamente;
34. Miolos de tomadas de energia, telefones,
interruptores, etc, quando possível, devem ser vistoriados e marcados;
35. A varredura efetuada em determinada data
garante a eficácia dos trabalhos apenas naquela data, mesmo assim
considerando-se ainda os métodos e equipamentos utilizados;
36. Nada pode garantir que o espião, sabendo
do agendamento da varredura, tenha retirado o grampo (ambiente ou telefônico)
previamente, nem se pode garantir que após a execução do trabalho de varredura,
"alguém" não vá colocar uma escuta no ambiente, por isso a valorização dos
procedimentos básicos de segurança é essencial;
37. Ao contratar ou pesquisar sobre serviços
de varreduras, nunca utilize a linha suspeita para fazer os contatos desta
natureza.