INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE EQUIPAMENTOS ÓTICOS

Às vezes, quando temos nas nossas mãos a caixa de algum equipamento ótico (binóculo, luneta, telescópio e etc), sabemos o que é e para que serve o equipamento. Contudo, muitas vezes, somo incapazes de decifrar algumas inscrições na caixa, tais como 15-45x60. E afinal, qual é a diferença entre uma luneta e um telescópio?

Uma série de informações simples apresenta neste artigo irá ajudá-lo a definir qual é o melhor equipamento ótico para você, de acordo com cada atividade que você pretende desenvolver.

AMPLIAÇÃO DAS IMAGENS

Muitas vezes as pessoas perguntam-se qual é o alcance de um equipamento ótico. Esta é a pergunta típica de quem desconhece por completo os princípios intrínsecos a estes equipamentos. Se não, vejamos. Qual é o alcance da sua vista? Você não sabe? Eu respondo. O alcance da sua vista é infinito. Duvida? Ora, você não é capaz de enchergar a lua e as estrelas? As estrelas estão muito longe, mas a sua vista as alcança! O mesmo vale para um binóculo, luneta, telescópio ou qualquer outro equipamento ótico.

A pergunta certa seria: qual é o poder de ampliação deste equipamento? O poder de ampliação de um equipamento ótico refere-se à capacidade de o equipamento aproximar (ou aumentar) a imagem.

Alguns detalhes da superfície lunar podem ser observados com equipamentos com poder de ampliação a partir de 10 vezes (10x). Mas claro que detalhes muito menores poderiam ser observados com equipamentos mais potentes. O reconhecimento de uma pessoa distante cerca de 1 km demandaria um poder mínimo de ampliação da imagem em torno de 45x.

CAPTAÇÃO DE LUZ

Embora possa não parecer, a captação de luz por um equipamento ótico é uma das características mais importantes a serem levados em consideração. E este poder de captação é proporcional ao diâmetro das lentes objetivas.

                                                                                 Ocular (onde encosta-se o olho) 

                                                  Lente objetiva (parte apontada p/ objeto da visualização)

Quanto maior a lente objetiva, maior será a captação de luz. E quanto maior for esta captação de luz, mais luz o binóculo reúne, e mais brilhante será a imagem. Mais luz captada reverte-se em imagens mais claras, principalmente ao se realizar observações à tardinha, em penumbras, à noite, ou em dias nublados.

De posse destas informações sobre poder de ampliação e diâmetro das lentes objetivas, podemos entender o quê representariam os números 15-45x60 apresentados na introdução deste artigo e presentes na hipotética descrição (ou embalagem) de um equipamento ótico.

O 15-45 representa o poder de ampliação da imagem. Neste caso teríamos que o equipamento em questão é capaz de ampliar as imagens (poder de zoom) de 15 até 45 vezes. O algarismo 60 representaria o diâmetro da lente, em milímetros. Neste caso, o diâmetro da lente deste hipotético equipamento ótico seria de 60 mm.

E a descrição fosse “binóculo 12x30”? Quando há apenas um número antes do “x”, quer dizer que o poder de ampliação do equipamento é fixo, sem zoom variável. Neste caso, a interpretação seria de que o binóculo amplia a imagem em 12x, e possui um diâmetro da lente igual a 30mm.

Bons equipamentos óticos são sempre uma boa combinação entre poder de ampliação das imagens, diâmetro de lentes objetivas e qualidade de imagem, além é claro, da durabilidade e robustez do equipamento.

A qualidade de um bom equipamento ótico nem sempre é aparente à primeira vista. Sua robustez é demonstrada somente quando for submetido a condições extremas e não comuns, tais como calor, frio, umidade e vibração em excesso.

OS DIFERENTES TIPOS DE EQUIPAMENTOS ÓTICOS

Binóculos:

Como o próprio nome sugere, binóculos são equipamentos bi-oculares (possuem duas oculares). Geralmente possuem um poder de ampliação das imagens inferior àqueles encontrados nas lunetas e nos telescópios.

Costumam ser empregados para observações que demandam maior agilidade, visto que seu baixo poder de ampliação dispensa a necessidade de uso de um tripé. Alguns poucos modelos requererem o uso de um tripé, visto que possuem um alto poder de ampliação das imagens.

O tripé é requerido para aqueles equipamentos com alto poder de ampliação (ou mesmo para observações distante com um equipamento de baixo poder de ampliação). O emprego deste acessório irá livrar o equipamento ótico da tremulação natural das mãos, que é um grande inimigo quando deseja-se observar imagens muito distantes ou muito ampliadas.

Binóculos são oferecidos com as mais variadas funções, a saber:

 Binóculos com visão noturna           Binóculos com máquinas                   Binóculos com
                                                     fotográficas acopladas           estabilizadores de imagens

Binóculos com visão noturna estão melhor detalhados em Equipamentos de visão noturna.

Binóculos com máquinas fotográficas acopladas possuem a capacidade de realizar fotografias de uma imagem visualizada, e eventualmente filmagens curtas, com poucos segundos de duração.

Binóculos com estabilizadores são equipamentos que possuem um sistema de amortecimento interno (giroscópio) que fazem com que a imagem visualizada fique estável a partir de observações feitas do interior de veículos ou aeronaves em movimentos.

Alguns binóculos oferecem ainda outros recursos como filtro contra raios UV (nestes casos as lentes objetivas são avermelhadas), duplo zoom (dois conjuntos de lentes de zoom que se sobrepõem), zoom eletrônico (um conjunto de lentes de zoom sobreposto a um sistema de zoom digital), resistência e prova d’água, queda e choques. 

Lunetas:

Tecnicamente, são classificadas como lunetas os telescópios do tipo Refrator. Estes são equipamentos onde a imagem forma-se atrás da lente objetiva, e a visualização das imagens se dá diretamente na ocular, sem o uso de espelhos internos. No caso das lunetas, a objetiva é constituída por uma lente convergente, onde a luz a atravessa e a imagem forma-se por refração na ocular, conforme pode-se ver na imagem abaixo:

A imagem primária é observada na ocular e as imagens são geralmente invertidas, o que não trás nenhum inconveniente para observação astronômica. Já no caso das observações de caráter investigativo (observações terrestres) as imagens não podem ser invertidas, do contrário a visualização das imagens será sempre de cabeça para baixo. Ao se escolher uma luneta para emprego em atividades de investigações é importante ficar atento a este detalhe: a luneta não deve gerar imagens invertidas.

Geralmente as lunetas (telescópios Refratores) com menor poder de ampliação de imagens (até 60, 70x) não geram imagens invertidas. Sendo que as lunetas com maior poder de ampliação (a partir de 80, 90x) é que irão gerar imagens invertidas. Isto acontece porque geralmente grandes poderes de ampliação são necessários para observações celestes. E no caso destas observações astronômicas, como já foi dito, não gera nenhum inconveniente este detalhe.

Os binóculos são indicados para uso em observações relativamente próximas, ou observações ágeis (i.e.: observações onde o alvo move-se muito, e a limitação de movimento imposta pelo tripé passa a ser um grande obstáculo para as visualizações).

Já a luneta, é um equipamento muito útil para observações distantes. Geralmente é utilizada sobre um tripé, o que irá garantir imagens mais nítidas em função da ausência da tremulação das mãos. As lunetas para uso investigativo têm, obrigatoriamente, que ser do tipo para observações terrestres, que são aquelas que não geram inversão de imagens. As lunetas para observações astronômicas geram inversão da imagem. Fique atento a este detalhe ao se adquirir o seu equipamento.

As vantagens de uma luneta (telescópio Refrator) são sua robustez e suas características óticas, tais como: (1) maior resistência ao desalinhamento das lentes; e (2) é o fato de que, uma vez que o tubo é isolado, os efeitos de variações de temperatura são eliminados. Isto significa que as imagens são mais estabilizadas, com todas as vantagens já citadas que uma imagem mais estabilizada traz a reboque.

Contudo, estes equipamentos apresentam ainda os seus pontos fracos, como por exemplo: (1) todos os telescópios refratores sofrem de um efeito chamado aberração cromática (distorção ou desvio da cor), onde a luz ultravioleta não passa de modo algum através das lentes; e (2) à medida que a espessura da lente aumenta, a luz que passa através destas lentes diminui. E como já vimos, é desejável que sempre passe a maior quantidade de luz possível.

Telescópios:

Como já vimos, as lunetas são um tipo de específico de telescópio, o Refrator. Contudo existem ainda outros tipos de telescópios, como os Refletores (ou Newtonianos) e os Catadióptricos. Ambos são ferramentas muito úteis para as observações astronômicas e pouco úteis para observações terrestres. Logo, não vamos explorar mais este assunto limitando-nos apenas em demonstrar como se formam as imagens em um e outro equipamento.

                           Formação da imagem em um telescópio

                        Formação da imagem em um telescópio Catadióptrico.

TERMINOLOGIAS MAIS COMUNS NOS EQUIPAMENTOS ÓTICOS

Disco do foco central:

O disco do foco central de um binóculo permite que você focalize ambas as oculares de um binóculo ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, é possível compensar uma visão desigual ajustando a correção da dioptria na ocular direita.

Dioptria:

Unidade de medida usada para definir a correção do olho ou o poder refrativo de uma lente. Geralmente os ajustes para uma ocular ótica adaptam as diferenças na ocular individual. Ajuste do instrumento ótico para a intensidade visual variante de um olho humano. Geralmente varia de +5 a –5.

Revestimento: 

Feito para reduzir os reflexos e aumentar a transmissão da luz pela evaporação de camadas de substâncias extremamente finas nas lentes polidas e prismas de instrumentos óticos.

Pupila de Saída:

A pupila de saída é aquele círculo de luz que pode ser visto na ocular de uma distância de cerca de 25 cm. Ela é também um valor matemático cujo tamanho é determinado, dividindo-se o diâmetro das lentes objetivas pela ampliação. Quanto maior for a pupila de saída, mais brilhante será a imagem sob baixas condições de luz. Ex: em um binóculo 7x50, se dividimos 50 por 7 obtemos a pupila de saída 7,1mm. Se for um 8x40 a pupila de saída será 5mm. E um 10x50 a pupila também será 5mm.

Telescópio extensível:

Devido à sua ampliação extremamente forte, o telescópio extensível é melhor adequado para a visualização de objetos pequenos ou distantes. É recomendado o uso de um tripé para um suporte fixo. Ele será mais útil para caçadores devido ao seu design compacto e durabilidade.

Campo de visão:

É a medida do campo de visualização ou área do objeto que é expressada pela espessura em pés e a área que você pode ver a 1000 jardas. Quanto maior for o ângulo de abertura, maior será a área vista. Um amplo campo de visão é melhor para seguir a ação rápida de movimento brusco.

Foco:

Ajuste de um instrumento ótico para fazer a imagem nitidamente mais visível a distâncias variáveis.

Ajuste de ótica individual:

Permite que o usuário ajuste cada ocular separadamente, no caso dos binóculos.

Sistema de inversão:

Se você olha através de um telescópio astronômico você verá tudo, não somente invertido, mas também de cabeça para baixo. Com os sistemas de inversão em binóculos é possível ver as coisas "normalmente". 

Ampliação da imagem:

Indica quantas vezes um objeto aparece mais perto comparado a uma visão a olho nu.

Objetivas:

Estas são as lentes mais largas na parte da frente do telescópio, binóculo, etc, que inclui um sistema de duas ou mais lentes individuais feitas de diferentes tipos de vidro.

Sistemas de prisma:

Há dois tipos de sistemas de prismas usados em binóculos, porro-prisma e de telhado. Os binóculos de prisma de telhado possuem as lentes posicionadas em linha e são mais compactos. Os binóculos de porro-prisma possuem offset de oculares das lentes frontais. Em geral, os porro-prismas dão ao visualizador melhor percepção de espessura.

Poder de resolução:

Capacidade dos instrumentos óticos de reproduzir com nitidez, ponto a ponto, detalhes de objetos visualizados.

Binóculos de ângulo amplo:

Os binóculos são designados como "ângulo-amplo" quando o campo de visão da ocular está, pelo menos, 60º.

Binóculos de lentes espelhadas:

A tecnologia de lentes espelhadas (tipo Maxutov) garante uma imagem direta do objeto sem qualquer substituição das lentes. A luz viaja três vezes dentro da unidade que leva em conta um design muito mais compacto e leve, mantendo qualidade de imagem mais elevada e grande variação da ampliação.