CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A UTILIZAÇÃO DE TRANSMISSORES
A utilização de transmissores no corpo ou no
ambiente demanda um planejamento prévio no que diz respeito a:
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A autonomia de transmissão que
o equipamento oferece atende ao tempo estimado para duração da(s) conversa(s)
que se deseja transmitir?
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A faixa de freqüência da
transmissão não coincide com outras transmissões em uso naquele ambiente?
Verifique a freqüência utilizada por rádios comunicadores empregados pelo
pessoal da segurança, sistemas de Circuitos Fechados de Televisão (CFTV) sem
fios, e outros dispositivos presentes no ambiente ou nas vizinhanças localizadas
dentro do raio de alcance do transmissor a ser implantado. Esta verificação pode
ser feita com o emprego de escaners de rádio freqüências.
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A questão da superação de
barreiras físicas também deve ser levada em consideração. Há muitas paredes,
lajes ou outros tipos de barreiras físicas a ser superado? Em caso afirmativo,
deve-se optar por um equipamento com maior potência de saída para que o sinal
viaje o mais longe possível. Lembre-se ainda da adicional dificuldade
representada pelas estruturas metálicas que interferem no alcance do sinal.
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O local onde será instalado o
ponto de recepção deve ser próximo o suficiente para estar dentro do raio de
alcance do transmissor, mas longe o suficiente para não levantar suspeitas. Deve
ainda estar no ponto mais livre possível de barreiras físicas, na extremidade de
uma reta imaginária entre o local de instalação / uso do transmissor e o ponto
de recepção do sinal.
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A(s) bateria(s) do transmissor
empenhado em operações deve(m) ser nova(s). Evite utilizar baterias usadas para
evitar a queda do sinal devido ao fato da(s) bateria(s) descarregar(em)-se
prematuramente.
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O transmissor já foi testado
antes? Esta dica é válida para qualquer tipo de equipamento: sempre teste um
novo dispositivo adquirido antes de colocá-lo em uso no campo. Você perceberá
que podem existir pequenas (ou mesmo grandes) variações entre as informações
declaradas pelo fornecedor e o real desempenho técnico obtido pelo seu
equipamento. Seu transmissor realmente dá o alcance esperado? O alcance do sinal
apresenta pouca ou muita perda ao atravessar paredes? Seu receptor permite uma
boa qualidade de audição?
EMPREGO DE EQUIPAMENTOS TRANSMISSORES
Equipamentos transmissores de áudio são
geralmente empregados para (1) garantir a integridade do agente infiltrado em um
determinado ambiente, através da transmissão em tempo real do que se passa com
ele. (2) Gravar o áudio de determinado ambiente, cujo local apresenta difícil
acesso para frequentes entradas e saídas de agentes para a troca de baterias e
fitas de gravadores. Neste caso, adentra-se o local uma única vez, para instalar
um transmissor alimentado por corrente DC (malha elétrica do ambiente). (3)
Garantir a ação de um grupo de resposta rápida num determinado momento de uma
operação, cuja identificação só seria possível através da transmissão em tempo
do que se passa no ambiente a ser monitorado. (4) Gravar um áudio que apresenta
também a necessidade de ter sua audição em tempo real.
Para a gravação de áudio ambiente, sempre que
possível, dê preferência à utilização de gravadores ao invés de transmissores
RF. A substituição do transmissor pelo gravador, acarreta uma série de
vantagens, a saber: (1) maior segurança, pois um gravador é muito mais difícil
de ser identificado do que um transmissor. Afinal, um gravador não transmite
nenhum tipo de sinal, apenas grava o áudio! Logo, sua identificação por
equipamentos eletrônicos de varredura torna-se muito mais difícil. (2) Uma
gravação, ao contrário de uma transmissão, não está sujeita às tão comuns
interferências RF que ocasionalmente podem fazer com que um determinado trecho
da transmissão seja sobreposto por ruídos ou outros tipos de interferências. (3)
Geralmente os bons gravadores são mais baratos que os bons transmissores.
Os transmissores RF de áudio são equipamentos elementares
para qualquer equipe de investigações e de ampla necessidade para a prática de
investigações em certos tipos de operações. Principalmente daquelas que
necessitam o acompanhamento em tempo real do que se passa com um agente
infiltrado ou em um determinado ambiente suspeito. Em certos tipos de operações,
como veremos, outros equipamentos poderão ser mais indicados.
Contudo, antes de se utilizar um transmissor,
lembre-se de fazer um planejamento para seu uso. Qual é a autonomia mínima de
transmissão desejável para a operação? Qual a faixa de freqüência mais indicada?
É seguro trabalhar nesta faixa de freqüência que foi definida? Em função da
escolha desta ou daquela faixa de freqüência não há o risco deste sinal
coincidir com outras transmissões em curso no local?
Em relação à transmissão do sinal, verifique se há muitas
barreiras físicas presentes entre o ponto onde estará o transmissor e o local
indicado para a recepção do sinal. Há necessidade de se empregar uma antena
externa, dissimulada ou não? Ou quem sabe mesmo uma antena direcional? Se mesmo
com o emprego de antenas especiais o alcance ficar curto, utilize uma repetidora
de sinais.
Lembre-se de colocar
baterias novas sempre que for começar uma operação. Realize testes prévios no
local com o transmissor e o receptor para que não hajam surpresas desagradáveis.